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Procure visitar o local durante o dia ou quando houver muito movimento.

Localizado bem no centro da cidade, em local de enorme movimento, o Arco do Telles é quase uma máquina do tempo que nos faz voltar ao Rio de Janeiro do século XIV.

Construído na década de 1740 pelo brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, o Arco do Telles pertencia a um conjunto formado por três prédios contíguos, de propriedade do juiz Francisco Telles de Meneses e era a entrada da passagem que interligava a antiga praça do Carmo (atual Praça 15 de Novembro) e a rua da Cruz (atual rua do Ouvidor). Na época dos vice-reis, o Arco já era frequentado por muita gente, principalmente pelos quem iam prestar devoção à Nossa Senhora do Prazeres, cuja imagem existia em um nicho no seu interior. Grande parte do prédio foi destruído em um incêndio ocorrido em 1790, restando apenas a parte que hoje constitui o Arco do Telles.

Pelo Arco chega-se à Travessa do Comércio, um dos poucos locais na cidade que, de certa forma, preserva os traços dos tempos do Rio colonial, com velhos sobrados, calçamento de pedra, antigas luminárias em arco, cantarias, gradis e calçadas estreitas. Após o incêndio de 1790, o local ficou com uma péssima reputação, pois ali se encontravam mendigos, bandidos, prostitutas, além de personagens famosos da época, como o bandido Olho de Gato, o mendigo “Filósofo do Cais” e a feiticeira Bárbara dos Prazeres, que segundo a lenda, bebia sangue de crianças.

Como o passar dos anos o Arco tornou-se lugar um dos mais importantes núcleos de imigrantes portugueses do Rio. No sobrado de n° 13 funcionava a pensão e residência de D.Maria, mãe das cantoras Carmen e Aurora Miranda. Ali Carmen Miranda e sua família viveram seis anos.

Atualmente a Travessa do Comércio é um grande polo gastronômico da região central, com muitos restaurantes ocupando os antigos casarões. Como a história é cíclica, o Arco voltou a ter tempos de decadência e a ser ponto de prostituição e usuários de drogas, assim como outros pontos de relevância histórica do centro antigo em geral. Não é recomendado sua visita após o anoitecer a menos que hajam bares e restaurantes abertos e movimentados.

Infelizmente, o centro do Rio, em geral, não é um local seguro para se frequentar, especialmente a noite. O Arco de Telles fica num local muito movimentado durante o dia mas, normalmente, quase deserto a noite, principalmente quando os restaurantes fecham as portas. Portanto tenha ao circular pelo local.

pontos positivos
  • A recepção de sinal para celulares é boa
  • Acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes (rampas de acesso)
  • Banheiros (disponíveis nos restaurantes próximos)
  • Próximo ao atrativo existem ciclovias e/ou faixas compartilhadas que tornam segura a visita para ciclistas
  • Estações para aluguel de bikes próximas ao local (mais informações em BikeRio)
  • Existem algumas opções de lanchonetes e restaurantes próximos ao atrativo
  • Próximo ao Arco do Telles existem algumas opções de comércio (farmácias, lojas, mercados, etc)
  • O parque está localizado próximo a região de hotéis, hostels, pousadas e acomodações em geral
  • Telefone público no local ou proximidades
  • Existem opções de Caixas Eletrônicos ou Bancos no entorno do atrativo
  • Fácil acesso com a utilização de transporte público

pontos negativos
  • Não possui bicicletário
  • Pode não ser um bom programa para crianças (não há opções para distraí-las)
  • A segurança até o acesso ao atrativo requer atenção - Por estar localizado no centro da cidade, que sofre, principalmente, com a ação de menores infratores e moradores de rua, é aconselhável ficar atento a movimentos estranhos e evitar portar objetos de valor, que possam chamar atenção e muito dinheiro. Ao anoitecer o local pode ser perigoso, principalmente se os restaurantes estiverem fechados ou com pouco movimento

restrições
  • Não há restrições a entrada de animais domésticos

o que fazer
  • Conhecer um local cheio de histórias e lendas do Rio antigo
  • Almoçar ou lanchar em um dos muitos restaurantes do local
  • Se divertir nas intermináveis Happy Hours promovidas pelos restaurantes, principalmentes às sextas

onde estacionar

Atenção: Este site não se responsabiliza por quaisquer problemas ou danos ocasionados no veículo estacionado nos locais aqui indicados, públicos ou particulares, seja por novas regras, exigências ou alterações (incluindo, mas não se limitando, a extinção de vagas ou estacionamentos públicos) que a Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro venha a fazer, ou que sejam causados por terceiros. As informações aqui expostas servem somente para efeitos de planejamento devendo ser verificadas no local quando necessárias, inclusive as regras de estacionamentos particulares.

Atenção: Este atrativo está localizado no centro da cidade. Devido a poucas e caras opções de estacionamento recomendamos o uso de transporte público, UBER ou táxis.

Importante: Por conta das constantes obras no centro da cidade, algumas áreas descritas aqui podem não estar mais disponíveis para estacionamento, ou podem funcionar somente aos Sábados, Domingos e Feriados.

como chegar

história e mais informações

Com a construção da Casa do Governo pelo governador Gomes Freire no Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro), as redondezas se valorizaram e passaram a ser frequentadas pela sociedade. Vendo isso, o português Antônio Telles Barreto de Menezes (juiz e proprietário de terras em Jacarepaguá e Baixada Fluminense) mandou construir uma carreira de casas de aluguel naquele logradouro, em 1743.

Com a construção da Casa do Governo pelo governador Gomes Freire no Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro), as redondezas se valorizaram e passaram a ser frequentadas pela sociedade. Vendo isso, o português Antônio Telles Barreto de Menezes (juiz e proprietário de terras em Jacarepaguá e Baixada Fluminense) mandou construir uma carreira de casas de aluguel naquele logradouro, em 1743.

Quando a obra chegou à travessa do Mercado do Peixe, o engenheiro Alpoim (responsável pelo projeto) teve que traçar um amplo arco sobre ela, para que a via dos mercadores não ficasse obstruída pela nova construção. Vem daí o apelido de "Arco do Telles". Os prédios foram todos alugados, ficando os térreos principalmente para os lojistas de secos e molhados; a casa maior, justamente a que ostentava o arco, foi ocupada pelo Senado da Câmara (equivalente hoje à Câmara dos Vereadores).

Exatamente em 20 de julho de 1790, na loja térrea próxima à rua Direita, onde existia uma loja de objetos usados denominada curiosamente de "O Caga Negócios", um violento incêndio criminoso destruiu o prédio e deixou dezenas de feridos e dois mortos. O fogo atingiu o andar superior e consumiu o arquivo do Senado da Câmara, perdendo-se assim toda a documentação referente aos primórdios da cidade, inclusive os recibos e cobranças de foros (espécie de IPTU) e os registros gerais de imóveis.

A partir desta tragédia, aquela área perdeu o viço e caiu em decadência. As famílias "de bem" abandonaram o local e as ruínas ainda chamuscadas, lambidas pelas chamas passaram a servir de refúgio para prostitutas, mendigos e perigosos marginais, como o Bentevi, o Juriti e o Olho de Gato. Também havia os loucos, como João Alberto Matias, autointitulado "Barão de Schindler", conhecido do povo como "Filósofo do Cais". Alto, de fraque verde, descalço, cachimbeiro e sempre com um alto boné de soldado com plumas. Seria descendente de uma nobre família alemã, combatente nas guerras napoleônicas. Um dia enlouqueceu de vez e foi recolhido ao manicômio.

Apesar de ter sido colocado no alto da passagem um oratório de Nossa Senhora dos Prazeres, a baixaria era tão grande que moradores das proximidades decidiram remover a santa para a Igreja de Santo Antônio dos Pobres, onde ainda permanece.

A Lenda da Feiticeira do Rio Antigo

Após o incêndio do casario da Travessa do Mercado, em 1790, o lugar decaiu e tornou-se reduto de marginais e antro de prostituição do mais baixo nível. A polícia não entrava ali por nada. Dizem que mais de uma centena de mulheres faziam ponto na área, a travessa era escura e favorecia os "negócios" feitos em plena rua para quem quisesse ver. Muitas das mulheres viviam mancomunadas com violentos gigolôs que assaltavam e em certos casos surravam os clientes. Em pelo menos um caso, teria havido uma degola.

Dentre as mais famigeradas figuras do Arco do Telles nessa época, sobressaiu-se a prostituta e depois feiticeira Bárbara dos Prazeres. A maior parte dos dados abaixo foram registrados pela Intendência Geral de Polícia, criada pelo Príncipe D. João, em 1809.

Nascida em Portugal no ano de 1770, tinha 18 anos de idade quando veio com o marido para o Brasil. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com o amante. Consta que o homem, porém, passou a viver às custas da jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga do casal, Bárbara o matou também.

Marcada pelos assassinatos e sem meios de subsistência, restou à bela jovem de 20 anos ganhar a vida se prostituindo. Fez seu ponto exatamente ali, debaixo do Arco do Telles, onde angariou vasta clientela. Por quase 20 anos, ela considerou ter encontrado a sua vocação e o seu lugar na sociedade.

Porém, o tempo e a vida desregrada cobraram o seu tributo. Bárbara havia envelhecido e já não atraía tantos homens. Os cabelos estavam embranquecendo, os dentes estavam podres e seus encantos, há muito haviam perdido o viço. Alguns riam de suas propostas e a ridicularizavam, ela cuspia e os xingava. Certa ocasião teria levado uma surra de dois escravos a mando de um senhor que se enfureceu com as suas maldições. A partir de então se queixava de dores nos ossos que a cada dia ficava mais insuportáveis. É provável que tenha contraído sífilis e a fama de doente, somada a aparência desgrenhada afastava ainda mais os clientes.

Temendo cair na miséria e na solidão, desesperada, ela procurou um remédio nas muitas casas de feitiçaria e magia negra do Rio de Janeiro, uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse bonita e jovem outra vez.

Uns dizem que custou todo o dinheiro que ela tinha juntado, outros, que o preço foi sua alma; de concreto, o que se sabe é que alguém lhe passou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os principais componentes eram certas ervas e sangue humano morno, mais precisamente, de crianças ainda vivas.

Foi quando começou a raptar meninos pobres, filhos de escravos e de mendigos, e também a ficar de tocaia na Roda dos Expostos da Santa Casa, onde eram abandonados os bebês para adoção. Não há números exatos, mas foram dezenas as vítimas que ela sacrificou no lúgubre ritual de rejuvenescimento. O pavor tomou conta da população do Rio de Janeiro, cujas crianças passaram a ser trancadas em casa e a só sair na companhia de adultos.

Nossa personagem, nesta época, aparece nos registros do Intendente Geral de Polícia, desembargador Paulo Fernandes Vianna, como Bárbara dos Prazeres (por causa do oratório no Arco do Telles) e também como Bárbara "Onça" (referência à sua ferocidade). Parecem vir desse período as expressões: "cuidado que a bruxa está solta!" e "olha que a Onça está solta!".

Bárbara levava suas pequenas vítimas para a tapera em que morava, na Cidade Nova. Pendurava as crianças pelos pés com uma corda, as esfaqueava e postava-se embaixo delas para banhar-se no sangue que jorrava ainda quente dos corpinhos sem vida.

Talvez a criminosa mais procurada na cidade em todos os tempos, consta que viveu até 1830, quando simplesmente desapareceu. Nesse ano, surgiu um cadáver de mulher boiando próximo ao Largo do Paço, mas suas feições estavam irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara, mas outros não a identificaram.

Há quem suspeite (lenda urbana?) que ela continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas.

Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas sem lua, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio e cessou o movimento da boemia, escuta-se no beco a gargalhada de Bárbara Onça, a feiticeira, ecoando assustadoramente pelos vazios escuros do Arco do Telles!

Curiosidades

  • O curioso nome da loja onde teria iniciado o incêndio que destruiu quase todo o prédio, "O Caga Negócios", na verdade era o apelido do inquilino do imóvel, o português Francisco Xavier, que foi um dos dois mortos no incêndio.
  • O incêndio foi considerado criminoso somente no século XIX, pelo vereador Haddock Lobo que averiguo os registros feitos na época e encontrou informações sobre documentos que não foram perdidos, e informações que o arquivo incinerado era, em grande parte, relativo a propriedades fundiárias e seus respectivos impostos.
  • A internacionalmente famosa e querida Carmem Miranda morou na casa de número 13 da Travessa do Comércio durante seis anos.
  • A imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, retirada na época decadente do Arco do Telles, ainda se encontra na Igreja de Santo Antônio dos Pobres.

Fonte: mundotentacular.blogspot.com.br e outros sites/documentos

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