Vamos começar com uma importante informação: Rio de Janeiro refere-se tanto ao Estado quanto a sua capital, a cidade do Rio de Janeiro, apelidada carinhosamente de Cidade Maravilhosa.
O estado está localizado na Região Sudeste do Brasil e é banhado pelo Oceano Atlântico. A língua oficial é o Português, mas pela sua natureza turística há muito suporte ao Inglês. A moeda oficial é o Real e a cidade oferece uma larga opção de casas de câmbio.
A natureza turística provém, principalmente, da perfeita harmonização das paisagens naturais como montanhas, mar e lagoas e de pequenas intervenções humanas que dão o toque final, como a estátua do Cristo Redentor no alto do Corcovado (eleita como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno) e o Caminho Aéreo do Pão de Açúcar.
Fonte de inspiração para as mais variadas artes como música, pintura, literatura e cinema, a beleza do Rio de Janeiro teve e tem o seu lugar especial no coração de artistas do mundo inteiro. Sua forma única de conciliar belezas naturais com o cenário urbano, resultando numa beleza excepcional rendeu o reconhecimento pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade em 2012.
Em 2014 os órgãos estaduais de turismo do estado (Setur e Turisrio) contabilizaram um total de 1.746.517 de visitantes somente para o Cristo Redentor, no morro do Corcovado. Esse número crescente ao longo de décadas de história fez com que os principais pontos turísticos evoluíssem e trouxessem mais visitantes, num ciclo constante. Bons exemplos são o Morro da Urca e o Pão de Açúcar que foram interligados pelo famoso teleférico e se tornaram um dos principais cartões postais da cidade e a construção da estátua do Cristo Redentor no alto do Corcovado onde já havia um mirante muito frequentado por cariocas e turistas, ou seja, bem antes do Cristo Redentor o Corcovado já era um conhecido ponto turístico da cidade.
Mas a cidade oferece bem mais do que esses principais ícones conhecidos mundialmente. Além do Cristo Redentor, Pão de Açúcar e a Praia de Copacabana, o Rio dispõe de outras praias paradisíacas (algumas ainda selvagens), uma forte vida cultural (com dezenas de museus, centros culturais, teatros e cinemas), um grande respeito a natureza refletido nos gigantes parques naturais (um deles preservando uma área equivalente a 10% do tamanho da cidade) que escondem segredos como mirantes e cachoeiras incríveis, algumas ilhas que fazem o visitante voltar no tempo, fortes militares responsáveis pelas defesas da cidade em outros tempos e uma variedade impressionante de atrativos e programas, muitos permanecem praticamente inexplorados ou são pouco conhecidos pelo grande público de turistas e até mesmo cariocas. Descubra cada um deles aqui, em Rio Cidade Maravilhosa.
“Rio de Janeiro, nome próprio Cidade Maravilhosa”, assim o Rio foi chamado pela primeira vez pelo escritor, político e professor Henrique Maximiniano Coelho Neto em 1908 nas páginas do jornal “A Notícia” e que, vinte anos depois, lançou o livro “Cidade Maravilhosa”. Mas infelizmente não há uma comprovação histórica, até o momento, já que a microfilmagem disponível do periódico não apresenta esta página e o livro, apesar de ter a cidade do Rio de Janeiro como parte da história, não usa a citação “Cidade Maravilhosa” exatamente para defini-la. Uma outra origem do carinhoso apelido pode ter surgido da poetisa francesa Jeanne Catulle-Mendès que visitou a cidade em 1911 e lançou o livro “La Ville Merveilleuse” (MENDÈS, 1913) que reúne uma série de poemas que narram a estadia da poetisa no Rio de Janeiro. Mesmo sem um consenso sobre a origem do nome, todos concordam que não há termo melhor para definir essa cidade.
Em 1934, o compositor baiano André Filho compôs a que se tornaria uma das músicas brasileiras mais famosas de todos os tempos e, também, o hino oficial do Rio de Janeiro. A canção foi inscrita para o concurso de marchinhas do carnaval de 1935 e cantada por Aurora Miranda, irmã de Carmem Miranda.
“Cidade Maravilhosa
Cheia de Encantos Mil…
Cidade maravilhosa, Coração do meu Brasil!
Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente…
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente!
Cidade Maravilhosa
Cheia de Encantos Mil…
Cidade maravilhosa, Coração do meu Brasil!
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz…
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz.
Cidade Maravilhosa
Cheia de Encantos Mil…
Cidade maravilhosa, Coração do meu Brasil!”
Desde de sempre a Cidade Maravilhosa vem encantando corações do mundo inteiro.
Este portal é apenas um dos produtos dedicados ao Rio. Seu principal objetivo é trazer ao público tudo que a cidade pode oferecer de forma clara e detalhada. Rio Cidade Maravilhosa apresentará não somente as melhores e mais famosas, mas sim todas as opções de passeios e programas da cidade, inclusive aquelas poucos divulgadas normalmente. São informações detalhadas sobre praias, parque naturais, mirantes, trilhas, museus, praças, templos históricos e grandes eventos como o Réveillon em Copacabana e o Carnaval.
Um dos destaques de Rio Cidade Maravilhosa fica por conta dos Roteiros, que apresentam a mesma cidade de várias maneiras diferentes, interligando as atrações de forma a atender aos mais variados interesses turísticos. Saiba o que fazer num dia chuvoso ou por onde ir numa peregrinação às igrejas históricas do centro da cidade, como os Roteiros você encontrará o Rio do seu jeito no seu tempo disponível.
Os detalhes de cada atração são outro destaque de Rio Cidade Maravilhosa, uma experiência única que reúne informações detalhadas sobre a infraestrutura do local, as várias formas de chegar (apresentando até o deslocamento necessário a partir do transporte público até o atrativo), informações atualizadas com visitas in loco de cada uma delas e, principalmente, os pontos negativos de cada atrativo, ocultados por todos os sites de turismo, permitindo uma visão realista, especialmente sobre a segurança do local.
Tudo isso unido ao cuidado com as informações, fotos inéditas e exclusivas e uma pesquisa profunda e detalhada sobre todos os atrativos da cidade torna o portal Rio Cidade Maravilhosa uma experiência única e prazerosa. Seja bem-vindo!
Fundada por Estácio de Sá em 1º de Março de 1565, tendo como padroeiro São Sebastião, a população residente estimada do Rio de Janeiro em 2015 era de cerca de 6.500.000 pessoas.
Com uma área total de 1.224,56 km2, sendo somente 644,56 km2 urbanizadas, a cidade possui 106,4 km2 em extensão de praias (oceânicas e interiores). Com sua peculiar geografia o Rio possui 3 grandes maciços, o maciço da Tijuca, maciço da Pedra Branca e o maciço de Gericinó ou Mendanha, e dois gigantes se destacam nesse meio, o Pico da Pedra Branca com seus 1.024 metros de altitude e ponto culminante da cidade e o Pico da Tijuca 1.021 metros.
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O clima é tropical com uma temperatura média de 23,7º C podendo chegar a 45º C no verão (ponto alto da cidade que compreende os meses de Dezembro a Março).
O Rio possui 161 bairros distribuídos em 4 regiões geográficas: centro, zona sul, zona norte e zona oeste. Por motivos óbvios não há zona leste, já que é onde fica o mar. Cada uma das áreas tem suas particularidades:
Centro – É o coração comercial, empresarial e financeiro da cidade (apesar de um forte movimento de expansão para zona oeste). O maior destaque fica por conta do centro histórico e cultural da cidade, onde está a maior concentração de museus, templos históricos e outros importantes pontos para história do Rio. É formada pelos seguintes bairros: Catumbi, Centro, Cidade Nova, Gamboa, Lapa, Paquetá, Santo Cristo e Saúde.
Zona Norte – É mais populosa e concentra a maior quantidade de bairros da cidade. Tem como destaque a Floresta da Tijuca, uma das maiores florestas urbanas do mundo. É formada pelos seguintes bairros: Abolição, Acari, Água Santa, Alto da Boa Vista, Anchieta, Andaraí, Bancários, Barros Filho, Benfica, Bento Ribeiro, Bonsucesso, Brás de Pina, Cachambi, Cacuia, Caju, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Cidade Universitária, Cocotá, Coelho Neto, Colégio, Complexo do Alemão, Cordovil, Costa Barros, Del Castilho, Encantado, Engenheiro Leal, Engenho da Rainha, Engenho de Dentro, Engenho Novo, Estácio, Freguesia da Ilha, Galeão, Grajaú, Guadalupe, Higienópolis, Honório Gurgel, Inhaúma, Irajá, Jacaré, Jacarezinho, Jardim América, Jardim Carioca, Jardim Guanabara, Lins de Vasconcelos, Madureira, Mangueira, Manguinhos, Maracanã, Maré, Marechal Hermes, Maria da Graça, Méier, Moneró, Olaria, Oswaldo Cruz, Parada de Lucas, Parque Anchieta, Parque Columbia, Pavuna, Penha, Penha Circular, Piedade, Pilares, Pitangueiras, Portuguesa, Praça da Bandeira, Praia da Bandeira, Quintino Bocaiúva, Ramos, Riachuelo, Ribeira, Ricardo de Albuquerque, Rio Comprido, Rocha, Rocha Miranda, Sampaio, São Cristóvão, São Francisco Xavier, Tauá, Tijuca, Todos os Santos, Tomás Coelho, Turiaçu, Vasco da Gama, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vigário Geral, Vila Cosmos, Vila da Penha, Vila Isabel, Vista Alegre e Zumbi.
Zona Sul – É a mais requintada e a mais valorizada região da cidade. É também a mais conhecida pelos turistas afinal as praias mais famosas, os hotéis mais exclusivos e grandes atrações como o Pão-de-Açúcar encontram-se na Zona Sul. É formada pelos seguintes bairros: Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, Santa Teresa, São Conrado, Urca e Vidigal.
Zona Oeste – É a que possui os bairros mais novos e planejados e a região menos densa da cidade, por enquanto. Ainda apresenta razoável área não povoada e tem como destaque bairros como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes que apresentaram um grande crescimento nos últimos anos e concentram grande parte dos locais de competição das Olimpíadas 2016. É formada pelos seguintes bairros: Anil, Bangu, Barra da Tijuca, Barra de Guaratiba, Camorim, Campo dos Afonsos, Campo Grande, Cidade de Deus, Cosmos, Curicica, Deodoro, Freguesia de Jacarepaguá, Gardênia Azul, Gericinó, Grumari, Guaratiba, Inhoaíba, Itanhangá, Jacarepaguá, Jardim Sulacap, Joá, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pechincha, Pedra de Guaratiba, Praça Seca, Realengo, Recreio dos Bandeirantes, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Sepetiba, Tanque, Taquara, Vargem Grande, Vargem Pequena, Vila Militar e Vila Valqueire.
Quanto a divisão social da cidade o Rio de Janeiro tem sua grande particularidade: as favelas ou comunidades. Apesar das áreas mais caras da cidade se concentrarem na Zona Sul com uma grande expansão para Zona Oeste, as comunidades estão espalhadas por todas as partes. Um bom exemplo é a comunidade da Rocinha, que hoje é um bairro ao lado de São Conrado, conhecido por um shopping de alta classe e seus belos e caros apartamentos e moradores de classe média alta. Este tipo de contraste social é muito comum na cidade, de um lado, barracos e casas improvisadas e do outro, luxuosos apartamentos. Fato que atrai a atenção e curiosidade de turistas estrangeiros que movimentam a crescente procura pelo turismo nas favelas.
Fontes: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/bairroscariocas/index_bairro.htm e http://cidades.ibge.gov.br/.
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“Um pôr do sol no arpoador, um sambinha na Lapa, uma cerveja na mureta da Urca ou uma feijoada na quadra da Mangueira. De tudo isso, um ponto em comum: o amor do carioca pelo Rio de Janeiro! Uma cidade patrimônio cultural da humanidade, que tem o povo mais feliz e o céu mais azul do mundo.”
Assim começava um post sobre a cidade do Blog #RioEuTeAmo!
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Sim, o carioca tem orgulho da sua cidade! Mesmo com todos os problemas de uma grande metrópole, os cariocas amam e valorizam cada presente que a natureza deixou para o Rio. São bairristas ao extremo e sempre acham que o seu bairro é o melhor da cidade, principalmente se forem da zona sul e zona oeste. Cariocas não tem pressa (se não estiverem dirigindo), gostam de curtir o momento, fazem da rua sua casa. Adoram programas como roda de samba ou um bom bate-papo acompanhado de um chopp gelado nos botecos da cidade, no quiosques das praias ou em qualquer outro lugar que possa conciliar chopp e amigos.
Cariocas cultivam a alegria, o humor, a descontração, a saúde, o bem-estar, o corpo e a arte da malandragem. São descolados, ditam modas e tem orgulho de um sotaque único. Ser pontual não faz parte da rotina de uma grande maioria, assim como marcar um compromisso informal é quase como se fosse um cumprimento, portanto quando um carioca te encontrar e falar “vamos marcar aquele chopp...”, saiba que ele provavelmente nunca o fará.
A arte da malandragem fica mais evidente no trânsito, infelizmente dentro de um carro os cariocas devem ser um dos serer mais impacientes, sem educação, estressados e espertos (no sentindo de sempre procurar tirar uma vantagem). Portanto para quem é de fora, dirigir na cidade é uma aula do que não deve ser feito no trânsito. Mas existem algumas poucos exceções e motoristas exemplares na cidade.
São descontraídos até ao se vestirem, na maioria das ocasiões uma bermuda e um chinelo resolvem o problema. Mas qualquer temperatura abaixo de 23o C já muda o guarda-roupa e se cair abaixo dos 19o C já aparecem até casacos.
A sua maior especialidade: receber a todos com carinho, com uma invejável hospitalidade, e respeitar as diferenças, com uma invejável tolerância. Literalmente de braços abertos para o mundo!
Portanto seja bem-vindo ao Rio, a casa é sua!
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Um despojado chique seria uma boa definição. Justamente pela grande mistura de culturas do país não existe uma regra absoluta para se vestir, principalmente num lugar de gente alegre, descontraída e adoradora de praias. O carioca normalmente fica à vontade e se adequa ao lugar e ao horário para escolher sua roupa, como em qualquer outro lugar, há espaço para os mais variados dress codes. Na maioria das ocasiões o visual é informal e descontraído assim como seus moradores. Mas em hipótese nenhuma ache que a moda será ignorada, aliás, os cariocas adoram lançar novidades na moda e estão sempre antenados.
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É importante lembrar que estamos num “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...”, já dizia Jorge Bem Jor na sua canção, então o clima é predominantemente quente, chegando aos 45oC no verão. Portanto prefira roupas leves e confortáveis.
Mas enganam-se aqueles que acham que os cariocas fazem tudo de biquíni e sunga de praia, como aparecem em alguns filmes e fotos, principalmente fora do Brasil. Não, definitivamente não é normal ir ao mercado ou ao shopping com tão pouca roupa. Pelo contrário, quase sempre elas ficam restritas as areias da praia, normalmente fora de lá os homens adotam as bermudas e as mulheres vestidos leves, saídas de praia ou cangas. Quando ao que levar para praia, tente o mínimo possível. Afinal calças, tênis e roupas formais não combinam nada com este pedaço de paraíso.
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A cidade foi fundada em 1565, mas foi descoberta no dia 1º de janeiro de 1502 por uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos, que acreditou ter chegado à foz de um grande rio, assim, batizou a baía com o nome de Rio de Janeiro. Contudo, foram os franceses que primeiro se estabeleceram na região e competiam com os portugueses no comércio madeireiro.
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Como resposta às intenções francesas, no dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade possuía ruas irregulares e estilo português medieval. A expulsão definitiva dos franceses ocorreu em 1567. No fim do século XVII e início do século XVIII, a descoberta de metais, especialmente ouro, em Minas Gerais, fez com que o Rio de Janeiro se transformasse numa ponte entre as minas e a Europa.
A origem da cidade como porto na baía de Guanabara marca a sua configuração, num formato comum a tantas metrópoles marítimas. A antiga cidade, junto ao mar, foi se transformando no ‘centro’, enquanto a urbe ia se prolongando ao longo da costa e para o interior. No caso do Rio de Janeiro, o crescimento se ajustou a uma topografia peculiar. A região é formada de maciços montanhosos, entalhados por vales profundos, e de linhas de morros que segmentam planícies mais amplas, ou mais estreitas. Esporões dos maciços alcançam o mar, formando penhascos rochosos de rara beleza, a exemplo do Pão de Açúcar, separando praias e restingas de areia fina. Ajustando-se a este relevo, a cidade seguiu, por uma ocupação em forma tentacular, sobre as terras planas entre o mar e a montanha, sobre restingas margeadas de lagoas, sobre as planícies mais interiores entre montanhas e morros e pelas encostas deste relevo e pelos vales intramontanos.
Determinante para a transformação da cidade, e para a formação do país, foi a mudança da corte portuguesa, em 1808, fato que não encontra similar em todo o mundo. Além de representar novos horizontes políticos e econômicos, especialmente a partir da Abertura dos Portos, a presença da corte no Rio de Janeiro colocou fim ao isolamento intelectual e cultural da cidade. Foram fundadas bibliotecas públicas, academias científicas, filosóficas e literárias, escolas e teatros, além da remodelação urbana e arquitetônica. Milhares de imigrantes aportaram na capital no mesmo período e a vinda de mercadorias estrangeiras bem como as facilidades econômicas contribuíram para alterar a vida material e o cotidiano carioca, transformando a cidade em um centro cosmopolita.
O ponto de partida para o crescimento foi a função portuária. O porto foi instrumento logístico para o domínio do território pelos portugueses e para a exportação colonial. A sucessão de ciclos de exportação do açúcar, do ouro de Minas e do café foi acompanhada pela evolução da função comercial da cidade. No Brasil independente, o porto serviu à cabotagem, quando o sistema rodoviário não alcançava a dimensão atual, o que fazia da cidade um grande centro de intermediação comercial inter-regional. Com a industrialização do país, o porto passou a servir à importação de insumos e maquinário, além da exportação de manufaturados.
É sabido que locais de transbordo de mercadorias atraem a localização industrial. É o caso do porto, com as indústrias diretamente ligadas ao mar, inclusive os estaleiros. Neste sentido, o porto do Rio de Janeiro teve grande influência histórica, e grandes estabelecimentos, como moinhos, juntaram-se à área portuária.
O porto é ainda componente importante da economia carioca, e, atualmente, ponto de passagem de enormes navios de cruzeiro do turismo internacional. Contudo, tendo em vista a diversificação da economia local e regional, e a competição de outros portos localizados na costa Sudeste e Sul do Brasil, a sua importância relativa se retraiu. O que não diminui o seu elevado significado simbólico e afetivo que desfruta, tanto no Rio, como no Brasil. É que ele foi o principal instrumento da declaração da ‘abertura dos portos’, proclamada por Dom João, passo imediato à formalização da independência. Se o Ipiranga viu e ouviu o gesto supremo, o porto do Rio abriu o Brasil às relações diretas com o mundo. Isto faz da histórica área portuária um objeto do afeto do povo e governo cariocas, e para a qual se dirigem diversos projetos de revitalização e remodelagem.
No final do século XVIII, a cidade foi abalada por uma crise econômica, as minas já não produziam tanto e havia outros países sul-americanos que competiam com o Brasil na produção de cana-de-açúcar. Contudo, o cultivo do café, a chegada da família real, em 1808, e o consequente translado do governo português para a colônia deram um novo alento à economia da cidade. Nesta época, a realeza construiu igrejas e palácios. Na segunda metade do século XIX, a instalação de vias férreas trouxe um novo impulso à produção agrícola e de café, começavam a aparecer as primeiras indústrias no centro da cidade, a iluminação a gás e circulavam transportes com tração animal.
A cidade havia crescido bastante, no final do século XIX, contava com 800.000 habitantes e os problemas sanitários, de emprego, habitacionais e as constantes epidemias de varíola, tuberculose e febre amarela castigavam a então capital do Brasil. Em 1903, Francisco Pereira passos tornou-se prefeito da cidade. Durante sua administração foram criadas avenidas e parques e também um novo porto, casas sem condições adequadas de higiene foram demolidas levando a população pobre a viver nos subúrbios.
A cidade do Rio de Janeiro conheceu seu maior esplendor entre 1920 e 1950, quando pessoas do mundo inteiro vinham atraídas pela sua imagem romântica, seus cassinos e suas belezas naturais. Em 1960, deixou de ser capital do país. Como capital nacional, o Rio de Janeiro atraía setores da economia privada, interessados na proximidade do poder político/administrativo. Quando a economia industrial acabou elegendo São Paulo como o principal centro da empresa privada, nacional e estrangeira, o estado federal brasileiro deu suporte ao Rio de Janeiro, implantando sedes de empresas estatais, e numerosos estabelecimentos industriais no território fluminense vizinho. Também não pode ser negligenciado, para o seu conteúdo social e para as suas atividades econômicas, o papel da localização de bases militares na cidade.
Quando a capital mudou para Brasília, a cidade com mais de 4 milhões de habitantes, já alcançara imensa massa crítica para o desenvolvimento. Conseguiu reter uma série de instituições públicas, como o BNDES, a Petrobrás, o IBGE, a Academia Brasileira de Letras, a Associação Brasileira de Imprensa, e muitas outras, que lhe conferem importância política, social e econômica e que vem lutando para manter estas instituições no seu espaço urbano.
Particularmente, a partir dos anos 30, a cidade multiplicou atividade industriais, destacando-se, entre outros, o setor têxtil e de vestuário, alimentos e bebidas, metalúrgico e mecânico, editorial e gráfico. Atualmente, desenvolve atividades no setor da informática. Indústria e construção civil, ao lado do comércio e dos serviços, exerceram atração migratória que sustentou o crescimento demográfico acelerado, verificado até a década de 70. Os setores governo, profissões liberais, serviços qualificados e atividades culturais tiveram o papel de canalizar a chamada ‘imigração de notáveis’.
Já antes da chamada globalização, fora observada a saída de algumas antigas grandes indústrias do espaço urbano. Diversas fiações e tecelagens tinham se instalado no século XIX em sua periferia. Com o crescimento da cidade, a especulação com suas terras fez com que estas indústrias fossem fechadas para dar lugar a loteamentos urbanos, caso, por exemplo, da América Fabril, no Jardim Botânico, da Aliança, em Laranjeiras. A fábrica Confiança, no Andaraí, foi transformada, mais recentemente, num shopping.
Hoje, como é geral para as grandes metrópoles, o Rio deixou de atrair a localização manufatureira, enquanto se vê retirarem muitas das que já existiam. Neste processo, as metrópoles passam a intensificar o seu papel de centros de serviços de alta qualificação e de centros da indústria cultural e da informatização. O Rio de Janeiro participa da construção da chamada ‘cidade/região/global’. Segundo H Tolosa, a sua região metropolitana e o eixo do vale fluminense do Paraíba do Sul, receberam entre 1997 e 2000, investimentos da ordem de 9 bilhões de dólares.
Na fase da globalização, ganha relevo o papel do poder municipal no incentivo ao desenvolvimento da cidade: mobiliza-se o potencial ecológico da cidade, promove-se a intensificação de atividades culturais, de lazer, esportivas, em formatos que caracterizam a pós modernidade. Entre outros, cita-se a utilização das praias para competições de vôlei de praia, de futebol de areia, ou para shows populares gratuitos. A Prefeitura conseguiu a realização dos Jogos Pan Americanos de 2007, a candidatura para sede das Olimpíadas de 2012 quando não foi eleita, a Copa do Mundo de 2014 quando a cidade recebeu importantes jogos e eventos e finalmente o evento que trouxe profundas alterações na cidade, as Olimpíadas de 2016. Citam-se, também, a revitalização de locais de cultura e de lazer no centro, principalmente contemplando a região portuária e o aumento das visitas dos grandes navios de cruzeiro de turistas ao porto. (Fonte: http://portalgeo.rio.rj.gov.br/bairroscariocas/index_cidade.htm, texto de Pedro P. Geiger).
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