Definitivamente uma das mais imponentes e belas construções do Rio de Janeiro, o Theatro Municipal está localizado na Cinelândia, bem no centro da cidade, junto a outras joias da arquitetura como o Palácio Pedro Ernesto, o Museu de Belas Artes e a Biblioteca Nacional.
Inaugurado em 14 de julho de 1909, o Theatro Municipal é uma das principais casas de espetáculos do Brasil, recebendo grandes nomes nacionais e internacionais da dança, música e ópera. Sua fascinante história se mistura com a trajetória cultural do país.
O Theatro Municipal começou com a ideia de uma companhia teatral estatal em meados do século XIX. Defendida por grandes nomes como o ator e empresário João Caetano, o projeto só começou a ganhar consistência no final daquele século, graças, principalmente, ao dramaturgo Arthur Azevedo, que apesar do seu enorme esforço, acabou não vendo sua tão sonhada obra concretizada, morrendo nove meses antes da inauguração do Theatro.
Como era comum na época, o projeto do Theatro foi resultado de um concurso, que neste caso teve dois vencedores, o projeto "Áquila" do engenheiro Francisco de Oliveira Passos e o projeto "Isadora" do arquiteto francês Albert Guilbert. Como consequência deste empate e já que ambos eram inspirados no desenho da Ópera de Paris de Charles Garnier, o resultado final foi a junção dos dois projetos vencedores. O projeto arquitetônico surpreende pela riqueza de detalhes e mistura dos estilos clássico, barroco, art-noveau e Luís XV, com revestimentos luxuosos e magníficos vitrais alemães, que representam as musas protetoras das artes e iluminam a casa de espetáculos, e a grande águia de 350 kg, 6 metros de envergadura e 2,8 metros de comprimento que enfeita o topo do Theatro Municipal e que na última reforma recebeu cerca de 8 mil folhas de ouro 23 quilates de douramento.
Entre os anos de 1902 e 1906 o Theatro começou a tomar forma, durante a gestão do engenheiro Pereira Passos, Prefeito do Distrito Federal, que também já havia idealizado e planejado sua construção como parte do conjunto arquitetônico das "Obras de Reurbanização do Rio". No início era apenas uma casa de espetáculos que recebia, principalmente, companhias estrangeiras. A partir dos anos 1930 o Theatro Municipal passou a ter seus próprios corpos artísticos: orquestra, coro e ballet, em plena atividade até hoje.
Ao longo de sua existência, o Theatro Municipal passou por quatro reformas. Em 1934, a primeira obra mudou a cara da sala de espetáculo, que foi ampliada. Na década de 70, ele sofreu sua primeira restauração, reabrindo em 1979 com a proibição dos bailes de carnaval, que até então aconteciam no local. Na década de 80 ocorreu a terceira e em 2008 a quarta, a maior já feita no Theatro que contemplou sua parte estrutural (hidráulica, elétrica e outros) e também uma grande modernização de seu equipamento cênico. Com a reforma, o Theatro Municipal teve devolvido o brilho e o glamour que integram sua história. O Theatro Municipal foi reaberto no dia 27 de maio de 2010.
O Theatro possui 456 poltronas em madeira e veludo na plateia, 22 frisas, o balcão nobre com 344 poltronas e 12 camarotes, 500 lugares de balcão simples no andar superior e acima destes as 724 cadeiras da galeria, totalizando 2244 assentos.
Nas laterais próximas ao palco estão dois grandes camarotes sendo o da esquerda do Governador do Estado e o da direita do Presidente da República. E, acima de tudo isso, o grande lustre central, todo em bronze dourado e com suas 118 lâmpadas com mangas e pingentes de cristal, circundado pela pintura “A Dança das Horas”, uma das obras-primas de Eliseu Visconti.
Além dessas o Theatro está recheado de outras muitas obras-primas, em cada pedaço, em cada detalhe está o estado-da-arte do trabalho de todos os grandes, pequenos e desconhecidos artistas envolvidos. São detalhes que normalmente passam desapercebidos aos que somente adentraram para assistir a algum espetáculo, mesmo porque não há como circular por todas as áreas em dias de show. Portanto recomendamos fortemente uma visita guiada ao local, onde o visitante poderá conhecer de perto os vários setores do Municipal e saber os detalhes por trás de cada um deles.
Para a visita guiada seguem as informações:
Para espetáculos no Theatro Municipal:
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A atividade teatral era, na segunda metade do século XIX, muito intensa no Rio de Janeiro. Mas a então capital do Brasil não tinha um teatro que correspondesse plenamente a essa atividade e estivesse à altura da principal cidade do país. Seus dois maiores, o São Pedro e o Lírico, eram criticados pelas suas instalações, seja pelo público, seja pelas companhias que neles atuavam.
Em 1894, o autor teatral Arthur Azevedo lançou uma campanha para que um teatro fosse construído para ser sede de uma companhia municipal, a ser criada nos moldes da Comédie Française. Mas a campanha resultou apenas em uma Lei Municipal, que determinou a construção do Theatro Municipal. A lei, no entanto, não foi cumprida, apesar da existência de uma taxa para financiar a obra. A arrecadação desse novo imposto nunca foi utilizada para a construção do Theatro.
Somente em 1903, o prefeito Pereira Passos, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves, retomou a ideia e, a 15 de outubro de 1903, lançou um edital com um concurso para a apresentação de projetos para a construção do Theatro Municipal.
Encerrado o prazo do concurso, em março de 1904, foram recebidos sete projetos. Os dois primeiros colocados ficaram empatados: o "Áquila", pseudônimo do engenheiro Francisco de Oliveira Passos, e o "Isadora", pseudônimo do arquiteto francês Albert Guilbert, vice-presidente da Associação dos Arquitetos Franceses.
O resultado deste concurso foi motivo para uma longa polêmica na Câmara Municipal, acompanhada pelos principais jornais da época, em torno da verdadeira autoria do projeto "Áquila" - que se dizia feito pela seção de arquitetura da Prefeitura – e do suposto favoritismo de Oliveira Passos, pelo fato de ser filho do prefeito, entre outros argumentos.
Como decisão final resolveu-se pela fusão dos dois projetos pois, na verdade, os dois projetos ganhadores correspondiam a uma mesma tipologia.
Feitas as alterações no projeto, a 2 de janeiro de 1905, o prédio começou a ser erguido, com a colocação da primeira das 1.180 estacas de madeira de lei sobre as quais se assenta o edifício. Para decorar o edifício foram chamados os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para fazer vitrais e mosaicos.
Finalmente, quatro anos e meio mais tarde – um tempo recorde para a obra, que teve o revezamento de 280 operários em dois turnos de trabalho – no dia 14 de julho de 1909 foi inaugurado pelo presidente Nilo Peçanha o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que tinha capacidade para 1.739 espectadores. Serzedelo Correa era o prefeito da cidade.
Em 1934, com a constatação de que o teatro estava pequeno para o tamanho da população da cidade, que tinha crescido muito, a capacidade da sala foi aumentada para 2.205 lugares. A obra, apesar de sua complexidade, foi realizada em três meses, novamente em tempo recorde para a época. Posteriormente, com algumas modificações, chegou-se ao número de 2.361 lugares.
Em 1975, a 19 de outubro, o Theatro foi fechado para obras de restauração e modernização de suas instalações e reaberto em 15 de março de 1978. No mesmo ano foi criada a Central Técnica de Produção, responsável por toda a execução dos espetáculos da casa.
Em 1996, iniciou-se a construção do edifício Anexo. O objetivo foi desafogar o teatro dos ensaios para os espetáculos, que, com a atividade intensa da programação durante todo o ano, ficou pequeno para eles e, também, para abrigar condignamente os corpos artísticos.Com a inauguração do prédio, o Coro, a Orquestra e o Ballet ganharam novas salas de ensaio e bastante espaço para suas práticas artísticas.
Em 2008, com o patrocínio dos Grandes Patronos: Petrobrás, BNDES, Eletrobrás e Rede Globo de Televisão; Patronos Ouro Embratel e Vale; e dos Co-Patrocinadores Bradesco Seguro e Previdência e Metrô Rio tornou-se possível iniciar a obra de restauração e modernização para o centenário do Theatro. Para tal a casa foi fechada em meados de outubro daquele ano.
O Theatro Municipal reabriu em 27 de maio de 2010 totalmente reformado, após dezoito meses fechado. A obra de restauração e modernização (veja em restauro) foi a maior reforma da história do teatro e custou R$ 64 milhões.
Curiosidades:
Fonte: www.theatromunicipal.rj.gov.br