A Unidade Especial Sítio Roberto Burle Marx, localizada em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, tem uma área de mais de 400 mil m², onde está reunida uma das mais importantes coleções de plantas tropicais e semitropicais do mundo. Cultivada em viveiros e jardins, ao ar livre, a coleção apresenta mais de 3.500 espécies de plantas, entre as quais exemplares únicos das famílias Araceae, Bromeliaceae, Cycadaceae, Heliconiaceae, Marantaceae, Palmae e Velloziaceae. Burle Marx iniciou a coleção ainda menino, aos seis anos de idade.
O Sítio Roberto Burle Marx, com as coleções botânica-paisagística, artística, arquitetônica e biblioteconômica, é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro desde 1985, data em que o arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx doou a propriedade ao Iphan. O artista, falecido em 1994, não presenciou o tombamento integral do Sítio, em 2000. Mas, cumpriu-se a intenção de Burle Marx de preservar suas experiências, criar uma escola de paisagismo, botânica e artes em geral, e transmitir o seu principal legado: saber fazer jardins.
Burle Marx residiu no Sítio a partir de 1973. Após sua morte, a residência transformou-se no Museu-Casa de Burle Marx em agosto de 1999. Além dos ambientes originais e objetos de uso pessoal, o Museu-Casa exibe objetos de arte e artesanato, “objetos de emoções poéticas”, como os chamava, adquiridos durante toda a sua vida. O acervo possui mais de 3.000 itens, incluindo obras do próprio Roberto. Além de paisagista, ele era pintor, desenhista, designer, escultor e cantor. Integram a coleção imagens sacras barrocas em madeira policromada, cerâmicas primitivas pré-colombianas, arte popular - como carracas, esculturas em madeira e cerâmica e do Vale do Jequitinhonha (MG), cristais, vidros decorativos, entre outros.
Atividades culturais, como concertos musicais, cursos e exposições, são realizados ao longo do ano nas dependências do Sítio, em seus jardins e no ateliê de Burle Marx. No Dia de Santo Antônio, 13 de junho, a comunidade de Guaratiba reúne-se para uma procissão religiosa, que se forma no portão de entrada do Sítio e sobe o morro, passando pela alameda principal até a Capela. Ao final da missa, as crianças fazem a coroação de Santo Antônio. Durante o resto do ano, aos domingos, a Capela é também usada pelos habitantes da comunidade, como já faziam seus antepassados há 300 anos.
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Roberto Burle Marx nasceu em 4 de agosto de 1909, em São Paulo. Desde pequeno, já manifestava vocação para as artes plásticas, através de desenhos e pinturas. Porém, foi aos 18 anos, em viagem para a Europa, que decidiu se tornar pintor, após visitar uma exposição de Van Gogh. Lá, também conheceu a coleção de plantas brasileiras do Jardim Botânico de Dahlen, em Berlim, que o inspirou, ao voltar para o Brasil, a criar jardins com plantas brasileiras, ao invés dos jardins tradicionais de inspiração europeia.
Em 1932, foi convidado pelo urbanista Lúcio Costa a fazer seu primeiro jardim em uma residência em Copacabana. Em 1934, como diretor de Parques e Jardins em Pernambuco, começa a fazer jardins públicos. São mais de dois mil projetos paisagísticos de sua autoria pelo Brasil e em outros países, dentre eles, o Parque do Flamengo, os jardins do Palácio Gustavo Capanema e o Calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro; os jardins do Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte; e o paisagismo do Palácio Itamaraty, em Brasília.
Em 1949, Burle Marx adquiriu, juntamente com seu irmão Siegfried, o Sítio em Barra de Guaratiba, depois doado ao governo federal e transformado em Unidade Especial pelo Iphan. Naquela época, no Sítio de Santo Antônio da Bica, como era chamado, havia uma antiga casa de fazenda e uma pequena capela do século XVII, dedicada a Santo Antônio. Burle Marx restaurou a capela, recuperou e ampliou a casa e começou a levar para o Sítio sua coleção de plantas. Em 1973, o paisagista mudou-se definitivamente de Laranjeiras, bairro próximo ao centro do Rio de Janeiro, aonde cresceu, para Barra de Guaratiba.
É possível conhecer mais sobre a vida e a obra do paisagista por meio da série de documentários Expedições Burle Marx, exibida originalmente pela TV Brasil. Em cada episódio destaca-se uma faceta de Burle Marx: o colecionador incansável de plantas, o visionário do paisagismo como arte moderna, o botânico autodidata e um dos precursores da defesa do meio ambiente no Brasil.
Fonte: www.portal.iphan.gov.br