Construído a partir de 1783, o Passeio Público do Rio de Janeiro é o primeiro parque ajardinado do Brasil. Encomendado por D. Luis de Vasconcelos, o 4º Vice-Rei do Brasil, foi concebido por um dos maiores artistas do período colonial: o Mestre Valentim da Fonseca e Silva, que era escultor e arquiteto, e se inspirou no estilo francês, com alamedas que se cruzam ostentando elementos decorativos como chafarizes e estátuas e outras obras de arte confeccionadas pelo próprio Mestre Valentim.
Ocupa uma área entre a Lapa e a Cinelândia, bem no centro histórico da cidade e foi um grande ponto de encontro dos cariocas nos séculos XVIII e XIX. Em seu interior podia-se contemplar, além das obras de arte, variadas espécies da flora nacional.
O estilo francês foi mantido até 1864, quando o imperador D. Pedro II encomendou ao paisagista francês Auguste François Marie Glaziou algumas alterações no parque para que deixasse-o com um ar romântico ao estilo inglês. O desenho original do parque foi alterado e, embora tendo conservado elementos arquitetônicos e artísticos originais, a repartição dos jardins adotou aléias curvas e sinuosas, lagos e pontes, tão a gosto do paisagismo romântico.
O parque foi tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com destaque para o conjunto do Portão Principal, o do Chafariz dos Jacarés (a Fonte dos Amores) e o par de obeliscos.
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No local onde hoje se encontra o Passeio Público, existiu, até o final do século XVIII, uma lagoa chamada de Boqueirão da Ajuda, que recebia os despojos de esgotos e lixo da população de seu entorno. Com a consequente proliferação de doenças, o então vice-rei, Dom Luís de Vasconcelos, resolveu aterrar o charco, desobstruindo, assim, a interligação da cidade e eliminando o foco de contaminação.
Para ocupar aquele local, o vice-rei decidiu criar um jardim público, imbuído do conceito iluminista de saúde pública. Assim nasceu a primeira área urbanizada do Rio de Janeiro e das Américas.
A lagoa do Boqueirão foi aterrada com material proveniente do desmonte do pequeno Morro das Mangueiras, onde hoje está a Rua Visconde de Maranguape, no Centro. A tarefa de arrasar o morro, aterrar a lagoa e construir o jardim foi entregue a Mestre Valentim, considerado o melhor escultor da cidade na época. Realizado o aterro, foi imediatamente construído um cais, para que as ondas do mar não invadissem o jardim. Em seguida, Mestre Valentim iniciou os trabalhos de ornamentação do Passeio, construído entre 1779 e 1783, como primeiro local para o lazer do povo.
Mestre Valentim não trabalhou apenas como supervisor e autor da planta do Passeio – ele também confeccionou todas as peças de arte instaladas no local, inclusive as de metal, as primeiras fundidas no Brasil. No fundo do jardim, quatro escadas de pedra levavam ao terraço, que se debruçava sobre a Baía de Guanabara.
O maior destaque artístico do Passeio é o Chafariz dos Jacarés, fonte abastecida no passado pelo Chafariz da Carioca, por intermédio de canos subterrâneos. Localizada na extremidade do jardim, a fonte é composta por peças em bronze, fundidas por Mestre Valentim na Casa do Trem.
O Chafariz dos Jacarés, também conhecido como Fonte dos Amores, foi construído em um pequeno outeiro artificial, onde se encontravam “pousadas” três aves pernaltas que jorravam água pelos bicos. Dois jacarés entrelaçados lançavam água pelas bocas para um grande tanque. Um coqueiro de ferro completava o conjunto, que contava uma história romântica.
O início do século XVIII foi marcado pelo abandono do parque. Somente em 1860, D. Pedro II resolveu intervir, encomendando uma obra de reforma, segundo plano apresentado por Francisco José Fialho e o botânico Auguste Glaziou.
A nova composição agregava elementos do jardim à inglesa e tentava dar ao parque uma aparência semelhante à dos parques contemporâneos europeus. Mantendo nesse jardim alguns marcos do seu antecessor, Glaziou altera radicalmente o projeto, criando um modelo bem ao gosto da época – o jardim paisagístico. Com suas curvas sinuosas, pontes, quiosques, fontes e vários outros componentes, o jardim fará parte do dia-a-dia da população. A escolha de árvores e plantas para os diversos recantos é uma característica constante.
Nessa reforma, o parque recebeu novas obras de arte, principalmente em ferro fundido das fundições do Val D'Osne, que se encontram ali até hoje, como um dos principais legados da arte francesa no Rio de Janeiro.
Prefeito do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906, Pereira Passos, que realizou numerosas obras na cidade, também interveio no Passeio Público, com o objetivo de criar atrações para o parque. Ele construiu um aquário público, um bar e quiosques para vendas de mercadorias. Em 1922, foi construído um grande Teatro Cassino na área do terraço, criado por Valentim com a mesma intenção. Contudo, durante a gestão do prefeito Henrique Dodsworth (1937-1945), tais construções foram consideradas descaracterizadoras e, então, demolidas.
Se antes o Passeio Público ficava junto ao mar, hoje ele se encontra no Centro da cidade, graças a sucessivos aterros que foram levando a Baía de Guanabara para cada vez mais longe do parque, que perdeu seu uso de belvedere do mar.
O reconhecimento do valor histórico e artístico do Passeio Público foi decretado com o tombamento em 1938, pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com destaque para o conjunto do Portão Principal, o do Chafariz dos Jacarés (a Fonte dos Amores) e o par de obeliscos. E com a Carta de Florença, de maio de 1981, do Comitê Internacional de Jardins e Sítios Históricos – UNESCO, o Passeio Público se firmou como jardim histórico.
Fonte: ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br