Apesar de uma considerável parte da cidade já apresentar alguns itens de acessibilidade, principalmente rampas de acesso para deficientes físicos ou pessoas com dificuldade de locomoção a prefeitura apostou em planos mais agressivos para atender as Olímpiadas Rio 2016 principalmente. O projeto incluiu 4.000 m² de calçadas acessíveis e 5.831 m² de pavimento em concreto nos acessos ao Pão de Açúcar, Praça XV, Paço Imperial, Cinelândia, Praia de Copacabana, Praia da Barra da Tijuca, Corcovado, Jardim Botânico, Vista Chinesa e Mesa do Imperador. E ainda obras de nivelamento de vias e calçadas; instalação de rampas e piso tátil; retiradas de interferências no passeio, como frades e bancos; e a readequação de vagas de estacionamento e pontos de ônibus. Além disso são 350 rampas e 150 passagens rebaixadas em calçadas.

Segundo a Riotur, os pontos turísticos selecionados já têm uma estrutura de acessibilidade, mas apenas nas dependências dos próprios locais. O acesso até esses locais ainda é difícil para pessoas com algum tipo de deficiência. O projeto prevê o nivelamento de vias e calçadas, a instalação de rampas portáteis e pisos táteis, a sinalização no chão que alerta para obstáculos e faz uma rota direcional para facilitar o acesso de cadeirantes e pessoas com deficiência visual. Além disso, vagas reservadas de estacionamento e pontos de ônibus adaptados serão instalados próximo às atrações.

 

Parque Olímpico

O coração dos Jogos de 2016, o Parque Olímpico é praticamente 100% acessível, principalmente por ser o local de competições de 9 modalidades paraolímpicas (de um total de 23). O acompanhamento dos critérios de acessibilidade, que começou na elaboração do projeto, evoluiu contando com um sistema rigoroso de monitoramento, testes com protótipos, escolhas específicas de materiais e preocupação com o tipo de execução em favor da acessibilidade. No caso dos protótipos, após instalação, teste e análise, é feita uma avaliação que em alguns casos resulta na troca de materiais. Em parceria com o Comitê Rio 2016, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, realiza periodicamente workshops com o objetivo de sensibilizar os trabalhadores do Parque Olímpico para a importância do cumprimento de critérios de acessibilidade. Eles aprendem como lidar com pessoas com deficiência e os desafios que eles enfrentam no seu dia a dia.

Na arquitetura das principais arenas esportivas dos Jogos Rio 2016 uma característica comum chama a atenção: seus amplos acessos em nível direto ou através de rampas suaves, que visa a oferecer o mesmo nível de conforto e qualidade para todo o público a que o prédio se destina, seja ele pessoa com deficiência ou não.

O projeto das áreas comuns e das instalações esportivas do Parque Olímpico inclui rotas acessíveis, com distâncias, rampas e inclinações ideais, elevadores, guias de balizamento, guarda-corpos e corrimãos adequados aos requerimentos voltados às pessoas com deficiência, além de banheiros adaptados, comunicação e sinalização tátil, espaços para pessoas em cadeira de rodas nas arquibancadas e assentos destinados a obesos, cegos e com mobilidade reduzida. Com boa visibilidade, os assentos acessíveis foram distribuídos em níveis e setores, de acordo com a especificidade da arquitetura de cada arena do Parque Olímpico de maneira a garantir conforto, segurança e autonomia. As arenas também contam com espaços para os cães-guias, identificados, e imediatamente ao lado de seus donos, uma iniciativa nova no Brasil, sugerida pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). Além disso, existem áreas específicas de resgate para pessoas em cadeira de rodas nas arenas, para garantir a segurança e o socorro a essas pessoas quando as rotas de fuga incluem escadas.

Outros itens específicos também serão essenciais para um Parque Olímpico para todos. Os banheiros coletivos são adaptados para pessoas de baixa estatura e com mobilidade reduzida – os reservados têm porta que abre para fora e espaço maior entre a porta e o vaso sanitário. Os banheiros e vestiários exclusivos para pessoas com deficiência contarão com barras de apoio, espaço livre para transferência de cadeira de rodas para o vaso sanitário, louça ajustada à altura e um botão de segurança para a solicitação de ajuda com sinais sonoros e visuais, dispositivo ainda pouco utilizado no Brasil. Nas arenas vão existir também banheiros extra acessíveis – que têm medidas superiores aos banheiros acessíveis, com 3x3 metros. Esses banheiros contam com uma maca em seu interior, possibilitando melhor acesso a pessoas muito debilitadas.

Os critérios de acessibilidade foram seguidos inclusive nas arenas temporárias. Um bom exemplo é a Arena do Futuro, que após os Jogos será desmontada e transformada em quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos. Os materiais utilizados na construção da arena serão reaproveitados para a construção das escolas acessíveis, como, por exemplo, rampas, banheiros e até mesmo o piso tátil.

 

Complexo Esportivo de Deodoro

 O Complexo Esportivo de Deodoro, teve o mesmo cuidado com acessibilidade do Parque Olímpico, além de requalificação das áreas vizinhas no padrão Bairro Maravilha e do Asfalto Liso, com 224 mil m² de asfaltamento, 63 mil m² de calçadas em concreto e 5 mil m² de rede de drenagem. As intervenções também promoveram a urbanização do trecho da Avenida Brasil entre as estradas da Equitação e a Avenida Marechal Alencastro.

 

Sambódromo

Local do Tiro com arco paraolímpico, o Sambódromo passou por reforma em 2012. O novo setor construído acrescentou 12.500 lugares e dispõe de elevadores para acesso de pessoas com deficiência às arquibancadas, camarotes, e espaços especialmente destinados a esse público além de banheiros adaptados.

 No entorno, 25,6 mil m² de passeios foram reformados. Como parte das melhorias de acessibilidade, além de novas calçadas, rampas e travessias elevadas, a Rua Júlio do Carmo foi transformada em uma esplanada de pedestres, que conecta a estação do metrô Praça XI à Passarela do Samba. Além disso, na Cidade Nova, as obras do Bairro Maravilha beneficiam 22 vias com melhorias de infraestrutura urbana com serviços que incluem recuperação de pavimentação, execução de novas calçadas com nivelamento dos meios-fios e a construção de rampas de acessibilidade e de rede de drenagem.

 

Bairro Maravilha

Implantado em 2009, o Programa Bairro Maravilha é conhecido por mudar a cara dos bairros e levar acessibilidade às zonas Norte e Oeste, elevando a qualidade de vida dos moradores. Foi com o objetivo de recuperar vias e transformar comunidades em bairros que o programa foi planejado. As intervenções incluem pavimentação, implantação de sistemas de esgoto, drenagem, construção de rampas e calçadas e plantio de árvores. Desde que foi criado, o Bairro Maravilha já instalou 8.972 rampas nas travessias. As rampas possibilitam melhor locomoção para pessoas com mobilidade reduzida, pessoas em cadeira de rodas, idosos e pessoas com carrinhos de bebê.

 

Porto Maravilha

No Porto Maravilha, a preocupação com pessoas em cadeira de rodas, com mobilidade reduzida, idosos e com carrinhos de bebê levou à adoção de parâmetros especiais para assegurar o bem-estar da população local e de visitantes com a criação, entre outras coisas, de novas vias com calçadas mais largas e confortáveis, assim como a ampliação da oferta de áreas para pedestres. Todas as travessias na área do Porto Maravilha são rebaixadas e todas as vias que já passaram por obras ganharam piso tátil, indicado para facilitar o acesso de deficientes visuais. Nas exclusivas para pedestres, o modelo adotado é o de travessias elevadas, também conhecido como traffic calming (quando o piso da via é elevado para equiparar-se ao nível da calçada).

 

Praia

A rampa de acessibilidade em concreto possui 35 metros, obedece a todos os padrões de segurança e foi construída ao lado da placa que identifica o Posto 3 da praia da Barra da Tijuca. O projeto será expandido para outras partes da cidade. Locais ainda a serem confirmados, de acordo com estudo.

 

(Fonte: www.rio.rj.gov.br/)