Um verdadeiro santuário verde no meio da cidade, residência de raríssimas espécies de plantas da flora brasileira e de outros países, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos dez mais importantes do gênero no mundo.
As enormes palmeiras imperiais impressionam por sua grandiosidade e beleza, assim como os números do Jardim Botânico. São cerca de 15 mil espécimes de bromélias, 600.000 exsicatas de todos os grupos vegetais e fungos no herbário, uma biblioteca com 109.000 volumes, sendo 4.000 obras raras, e muito mais nos seus 54 hectares.
Foi fundado em junho de 1808 pelo, então, príncipe regente português D. João para aclimatar espécies vegetais originárias de outras partes do mundo, especialmente as especiarias vindas das Índias Orientais. Hoje o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – nome que recebeu em 1995, é um órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O parque está localizado no bairro de mesmo nome, em uma área nobre da cidade. Possui acesso fácil, é cercado e bem seguro.
É composto pelo Museu do Meio Ambiente e o Arboreto que é o jardim em si, e onde se encontram grande parte das atrações como o Orquidário, o Jardim Sensorial, as Palmeiras Imperiais, o Chafariz das Musas e outras imperdíveis maravilhas.
Um ponto que merece destaque é a acessibilidade do parque:
Dentro da área do Jardim Botânico você encontrará:
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O Jardim Botânico do Rio de Janeiro iniciou suas atividades em 1808, inserido nas orientações elaboradas anteriormente em Portugal. O primeiro desafio foi aclimatar as chamadas especiarias do Oriente: baunilha, canela, pimenta e outras. Assim, inicialmente foi um local de experiências com vegetais enviados de outras províncias portuguesas, além daqueles oriundos do Jardim Botânico La Gabrielle, na Guiana Francesa, recém-invadida pelas tropas luso-brasileiras.
Em linhas gerais, aclimatar uma espécie de planta significava, primeiramente, aperfeiçoar o transporte das mudas e sementes, muitas vezes trazidas de outros continentes em viagens que duravam meses; depois, construir viveiros para semeá-las; e, finalmente, transplantar os vegetais para o solo em diferentes áreas e observar a necessidade de incidência de sol, sombra, água etc. de cada um deles. Uma vez que tais experiências eram baseadas na literatura produzida sobretudo na Europa, eram necessárias investigações acerca da adaptação das plantas ao clima e solo brasileiros.
Durante o reinado de D. João VI, houve um especial incentivo à plantação da Camellia sinensis, da qual se produz o chamado chá preto.
Ilustração da Camélia sinensis
Para adquirir conhecimentos sobre a cultura do chá, o príncipe regente mandou vir chineses para o Brasil, por serem eles detentores de saberes milenares acerca da cultura e do beneficiamento do produto. O Jardim Botânico foi escolhido como um dos locais de plantação do chá e centralizou as etapas de produção até a fase de consumo. Nas décadas de 1820 e 1830, ali colhiam-se anualmente cerca de 340kg da folha. Porém o principal objetivo na implantação dessa cultura era o estudo e a produção de sementes e mudas com intuito de distribuí-las entre as províncias do Império, incentivando o plantio com vistas à exportação. Contudo, o sabor da planta não foi aprovado no mercado internacional e o cultivo decaiu nas décadas seguintes.
Plantação de chá na área do Jardim Botânico. Pintura de Rugendas (1822-1825)
Outras culturas foram objetos de investigações técnico-científicas no Jardim Botânico na época, no esforço de obter matérias-primas para a produção de mercadorias que oferecessem rentabilidade, como por exemplo a palha da bombonaça (Carludovica palmata), para confecção dos chamados chapéus do Chile ou do Panamá, e as amoreiras (Morus nigra), para alimentar casulos do bicho-da-seda.
Concomitante às investigações dos vegetais, a área do arboreto foi sendo ampliada para servir também como espaço de lazer da população e, assim, buscou-se adorná-lo com lagos e cascatas e procedeu-se ao aterramento e drenagem dos pântanos com o objetivo de ampliar a área. Contudo, foram estabelecidas regras para um lazer diferenciado daquele praticado em parques públicos, revelando a preocupação em contemplar e ordenar as duas vertentes institucionais: área de lazer e de pesquisas científicas. O Jardim Botânico conferia à Corte ares de ‘civilidade’ e ajudava a propagar a beleza e a exuberância da natureza brasileira, inclusive junto aos estrangeiros que aportavam na cidade.
Na história recente do Jardim Botânico, mais precisamente a partir de meados da década de 1980, quando questões ambientais começaram a tomar corpo no cenário mundial, os estudos florísticos ganharam impulso. Em conformidade com as diretrizes do planejamento estratégico da instituição, os projetos de pesquisa foram orientados para apoiar ações de conservação, sobretudo para preencher lacunas no conhecimento da flora de áreas protegidas. Os esforços dirigiram-se para a elaboração de inventários das unidades de conservação federais, com destaque para os parques nacionais e reservas biológicas (FIGURA 12) e trabalham em consonância com as diretrizes estabelecidas na Política Nacional do Meio Ambiente, mecanismo governamental formulado em 1989 para orientar as ações de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental.
Pesquisador do JBRJ (Marcus Nadruz) realizando estudos de campo na Amazônia em 2012. Foto de Ricardo Azoury
Em 2001, foi criada a Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT). Com ela, solidificou-se o percurso traçado por antigos mestres na busca por aliar pesquisa científica à transmissão de conhecimento. A missão da Escola traduz-se e concretiza-se nos cursos de extensão e no Programa de Pós-graduação em Botânica.
Os projetos e realizações recentes do Jardim Botânico mantêm estreito o alinhamento institucional às ações de conservação, particularmente aos compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção da Diversidade Biológica (CDB). Destaca-se a criação, em 2008, do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), referência nacional sobre biodiversidade e conservação da flora brasileira ameaçada de extinção, que conta com recursos financeiros doados pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente.
Livro Vermelho da Flora do Brasil, publicado pelo JBRJ por intermédio do CNCFlora, reúne avaliações sobre o risco de extinção de espécies de plantas no país
No plano cultural, a criação do Museu do Meio Ambiente e do Espaço Tom Jobim situam-se numa estratégia do Jardim Botânico de integrar cultura, meio ambiente e conhecimento científico.
Fonte: www.jbrj.gov.br