Segunda à Sexta de 09:00h às 17:00h, Sábado de 12:00h às 12:30h
Gratuita
Não possui
1 hora
Sim
Religião: Católica

No lugar onde se encontra a igreja, havia, em 1623, uma forte à beira-mar denominado Santa Cruz. Com o progressivo envelhecimento do mesmo e a perda de sua função de defesa, os militares pediram ao governador da cidade, capitão Martins de Sá, licença para a construção de uma ermida, para que pudessem sepultar seus pares.

O primeiro templo foi construído em 1628, recebendo o nome de Santa Vera Cruz. Formou-se então a irmandade, cabendo aos militares a obrigação de contribuir com dinheiro, em função do grau hierárquico, para sua manutenção.

Em 1703, encontrando-se danificada pelo tempo a igreja de São Sebastião que servia de Sé, o bispo solicitou à irmandade que cedesse a capela para servir de Sé provisória. Foi assim que ela cumpriu esse papel até 1733.

A irmandade que por decreto de 1828 foi considerada imperial, tinha Dom Pedro I como provedor. Entre 1780 e 1811, o templo foi totalmente reconstruído, sendo autor do projeto o engenheiro militar José Custódio de Sá e Faria.

Em 1840, o prédio sofreu um grande incêndio e, em 1914, passou por uma nova reforma.

Sua fachada, baseada no Templo dos Mártires de Lisboa, pode ser considerada uma fase de transição para o neoclássico. Reproduz o modelo das igrejas jesuíticas com as duas valetas compondo os dois pavimentos, os quatros nichos, doze pilastras e estátuas dos evangelistas. A construção apresenta a planta clássica, com nave única, dois corredores e uma capela-mor profunda. É interessante a posição da torre sineira, nos fundos, à direita. O interior teve sua decoração original executada por Mestre Valentim e quase totalmente destruída pelo incêndio de 1840. Em 1870, Mestre Antônio de Pádua e Castro reaproveitou o que sobrou e fez uma nova decoração, novamente modificada pela reforma de 1914.

Na atual decoração, toda branca, os estuques se misturam com as talha. O emblema do Império com seus símbolos e condecorações militares figuram juntos a motivos florais. No corredor que leva a sacristia, alinham-se quadros representando importantes militares provedores e uma série de pequenas placa em memória dos irmãos beneméritos (fonte: irmandadesantacruzdosmilitares.blogspot.com.br).

pontos positivos
  • A recepção de sinal para celulares é boa
  • Acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes (rampa de acesso)
  • Banheiros
  • Próximo a Igreja existem ciclovias e/ou faixas compartilhadas que tornam segura a visita para ciclistas
  • Estações para aluguel de bikes próximas a Igreja (mais informações em BikeRio)
  • Bancos, cadeiras ou locais para descanso
  • Existem algumas opções de quiosques, lanchonetes, restaurantes próximos a Igreja
  • Próximo a Igreja existem algumas opções de comércio (farmácias, lojas, mercados, etc)
  • A Igreja está localizado próximo a região de hotéis, hostels, pousadas e acomodações em geral
  • A segurança no interior da Igreja geralmente é boa
  • Telefone público no local ou proximidades
  • Existem opções de Caixas Eletrônicos ou Bancos no entorno da Igreja
  • Fácil acesso com a utilização de transporte público

pontos negativos
  • Não possui bicicletário
  • A segurança até o acesso a Igreja requer atenção - Por estar localizado no centro da cidade, que sofre, principalmente, com a ação de menores infratores e moradores de rua, é aconselhável ter atenção e evitar portar objetos de valor, ou que possam chamar atenção, e muito dinheiro

restrições
  • Não é permitida a entrada de animais domésticos

o que fazer
  • Conhecer um templo histórico que data de 1811
  • Assistir a missas

onde estacionar

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Atenção: Este atrativo está localizado no centro da cidade. Devido a poucas e caras opções de estacionamento recomendamos o uso de transporte público, UBER ou táxis.

como chegar

história e mais informações

A maioria dos cariocas que cruza a Rua 1o de março não imagina que a Igreja da Santa Cruz dos Militares guarda um precioso patrimônio cultural. Ali se encontra um valioso acervo que rememora a sua história, desconhecida para muitos. Em 1605, naquele local, foi construído por Martim de Sá o Forte de Santa Cruz, para proteger a entrada da Baía de Guanabara contra os invasores estrangeiros que ameaçavam constantemente o Rio de Janeiro. A área bem próxima ao forte era banhada pelo mar. Depois de aterrada, corresponde hoje ao o entorno da Praça XV.

Com o passar do tempo e com a construção das fortalezas de São João e de Santa Cruz, o forte perdeu a sua importância no sistema de defesa da Baía de Guanabara, sendo abandonado e destruído pelo mar, cujas ondas arremetiam-se contra as suas muralhas destruindo-as paulatinamente.

Em 14 de setembro de 1623, Martim de Sá doou o terreno para que os militares construíssem uma ermida e fundassem a irmandade, que inicialmente recebeu o nome de Vera Cruz. A partir da sua criação, a fraternidade passou a ser sustentada com recursos provenientes das doações dos membros da guarnição colonial portuguesa. Os militares faziam suas contribuições mensalmente. Oficiais superiores doavam cem réis; os subalternos, cinqüenta; e os soldados, vinte. Martim de Sá foi eleito seu primeiro provedor.

O objetivo da irmandade era assistir e resguardar o efetivo da guarnição. Isso porque, antes da chegada da Família Real, em 1808, o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, era relegado a segundo plano. Havia apenas interesse da metrópole na exploração das riquezas naturais, como ouro, prata, pedras preciosas e outros. Nesse cenário, aflorava a necessidade dos militares de um local onde pudessem prestar cultos religiosos, dar sepultura aos mortos bem como oferecer caridade cristã.

Na mesma época, para as viúvas e os órfãos desses militares, foi criado um sistema de assistência social, que perdura até os dias de hoje e é considerado o mais antigo do Brasil.

Em 1716, por meio de uma carta de sesmarias escrita por D. João V, tio avô de D. João VI, foi doado todo o terreno localizado atrás da igreja, no espaço exato da sua largura, indo até o mar, não importando quantos aterros fossem necessários para que se construísse o casario que deu início ao patrimônio da irmandade.

Antes da Abolição da Escravatura, muitos escravos comprados tornavam-se servidores da igreja e depois ganhavam a liberdade. O Conde D’Eu, que foi provedor da irmandade, por influência da política que era adotada, aderiu, juntamente com a esposa, à causa abolicionista. Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinava a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil.

Em 1770, uma vez que a ermida estava em precárias condições de conservação, a construção da igreja atual iniciou. A obra durou quarenta e um anos, sendo inaugurada em 1811, com presença do Príncipe Regente.

A sua construção é baseada na Igreja de Géssus, em Roma, dos jesuítas, considerados os soldados de Cristo. Pretendiam os militares, com a execução do projeto, demonstrar semelhança com aqueles.

O Brigadeiro Custódio de Sá e Faria foi o autor do projeto de construção da capela, cujo interior é de estilo rococó, considerado uma suavização do barroco. Mestre Valentin, um dos grandes escultores da época, realizou para a Igreja da Santa Cruz dos Militares várias obras de arte, como imagens, utensílios de madeira, entalhes e mobiliário. Essas são obras de grande valor que, somadas, constituem um dos maiores tesouros da Cidade do Rio de Janeiro.

A fachada da edificação foi a primeira construída em estilo neoclássico no Brasil, destacando-se as suas linhas harmoniosas e em perfeito equilíbrio. Para que não fosse quebrado esse equilíbrio, a torre sineira foi colocada à moda de Braga,* ou seja, na parte posterior do prédio, sendo a única igreja com essa característica na capital fluminense. Outra razão da posição da torre é o fato de que sua fundação teria de aproveitar uma rocha ali existente, pela dificuldade que o terreno arenoso oferecia. Com o passar do tempo, a torre passou a servir de ponto de referência para os navios pescadores, que, ao entrarem na Baía de Guanabara, sabiam que ali era o local exato do mercado de peixes, o qual perdurou até meados de 1987.

Apesar de não ser considerada oficialmente a Capela da Família Real, a Santa Cruz dos Militares sempre foi prestigiada com a presença de seus membros, tanto assim que D. João VI foi condecorado com o título de Protetor da Irmandade, assim como também, mais tarde, D. Pedro I e D. Pedro II.

Fonte: artigo de Guilherme Nunes Ferreira para revista digital "Da Cultura" Ano V Nº 9

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