Localizada no centro do Rio, está a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Considerada a expressão máxima do barroco brasileiro, ela se "esconde" por trás de uma fachada simples, no alto do morro de Santo Antônio, no Largo da Carioca.
Pela sua localização, é muitas vezes confundida com a igreja do Convento e são poucos aqueles que, reparam que ali existem, na realidade, duas Igrejas.
A construção teve início em 1657, mas por conta de desentendimentos entre a Irmandade e os frades e entre seus próprios membros só foi inaugurada em 1736 sem que estivesse finalizada, o que só ocorreu em 1773. O interior é todo entalhado em cedro dourado, e a obra se integra ao belíssimo Convento e Igreja de Santo Antônio, formando um dos mais importantes conjuntos da arquitetura colonial brasileira.
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A Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência foi fundada no Rio de Janeiro em 1619, tendo logo em seguida conseguido autorização dos franciscanos do Convento de Santo Antônio para construir, anexa à igreja conventual, uma capela dedicada à nossa Senhora da Conceição, sua padroeira. A capela foi inaugurada em 1622. A construção da atual igreja se iniciou em 1653 mas, por conta de desentendimentos entre a Irmandade e os frades e entre seus próprios membros só em 1736 aconteceu sua inauguração. Mas pronta, mesmo, ela só ficou em 1773.
Esta igreja é um requintado exemplar do luxo e da dramaticidade dos séculos XVII e XVIII, além da demonstração do poderio financeiro da Ordem Terceira (o braço leigo da ordem do santo de Assis) que fez fortuna com as doações de seus membros e com as receitas de seu hospital.
Sua sofisticação - em estilo barroco com detalhes rococó, chamado de estilo joanino, em alusão à época de D. João V - e a das imagens foge ao padrão brasileiro da época. Ultrapassa, mesmo, os padrões em uso, na época, em Lisboa. Além de antecipar o barroco mineiro, também chama a atenção sua unidade de estilo, coisa rara numa época em que as igrejas levavam muito tempo para ser construídas e iam tendo o projeto modificado durante a obra. Composta de nave única retangular, paredes com correspondência simétrica, seis altares laterais e 2 púlpitos, um de seus destaques é o piso do altar-mor, em encaixe de mármore, que se repete na pintura dos painéis laterais.
Com todo o seu interior revestido em talha de madeira recoberta com folhas de ouro, esta igreja ostenta o resultado do trabalho de três dos mais importantes artistas portugueses da época: Manuel de Brito, autor da talha da capela-mor e dos púlpitos, e o mestre escultor Francisco Xavier de Brito, que executou as talhas das paredes laterais e - que mais tarde influenciaria o trabalho de Aleijadinho em Minas Gerais.
O terceiro artista foi o pintor Caetano da Costa Coelho, que pintou a glorificação de São Francisco em perspectiva (técnica já comum no barroco italiano mas nunca utilizada antes no Brasil) nos 35 metros do teto da nave . Nela existem, também, painéis de José Dias, que foi o primeiro pintor carioca.
Ocupam o altar duas imagens importantes: um espetacular Cristo seráfico - Jesus Cristo como um anjo, com três pares de asas, como na visão que São Francisco teve ao receber as chagas de Cristo em 1220 - e uma Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a padroeira dos franciscanos, datada do século XVIII, vinda de Portugal, com quase dois metros de altura.
Mas todo este deslumbrante esplendor ficou, por quase 13 anos, fechado ao público, entregue à umidade e aos cupins, ameaçando desabar. Um investimento da ordem de 3,5 milhões de reais feito pelo BNDES, através da Lei Rouanet possibilitou o trabalho de recuperação da igreja, que teve a primeira parte de sua restauração terminada em abril de 2001. A segunda parte, já iniciada, está orçada em 1,2 milhões de reais e inclui a recuperação da capela original (dentro da igreja de Santo Antônio), das salas anexas, da casa do administrador, além da construção de um prédio para abrigar documentos e as mais de duas mil peças tombadas pelo IPHAN.
Resgatar esta jóia do barroco que parecia destinada à ruína foi tarefa executada em 28 meses por 120 profissionais, de arquitetos a pintores. Munidos de bisturis cirúrgicos, espátulas de dentistas, lixas e solventes, os restauradores retiraram crostas de sujeira, camadas recentes de tinta, além de executar projetos de instalação de iluminação, segurança, pesquisa e museografia.
Para que a igreja fosse preservada, o tratamento de descupinização abrangeu não só a área do morro de Santo Antônio, mas boa parte do Largo da Carioca. As imagens foram submetidas à análise por tomografia computadorizada visando sua preservação, a verificação de seu estado interior e a descoberta de sua pintura original escondida sob inúmeras camadas de tinta. Na Nossa Senhora da Conceição que fica no altar-mor, por exemplo, descobriu-se, sob um inexpressivo manto azul, um precioso brocado esculpido, com detalhes em ouro.
Descobriu-se também que o Senhor Morto da igreja, um tanto torto e esquisito, era, na verdade, um Cristo crucificado adaptado, que tivera os braços serrados e colados ao longo do corpo e os olhos fechados com massa para cumprir a nova função.
A pintura do teto estava coberta de uma crosta de sujeira e mofo, devido à infiltrações no telhado, que tirava boa parte do impacto visual da obra, dramática no jogo de luz e sombra.
Além de todo este tesouro artístico, encontra-se , numa sala anexa, um pequeno museu contendo alguns objetos usados na Procissão das Cinzas. Realizada pela Ordem de 1640 a 1862, na quarta-feira de cinzas, esta procissão era famosa na cidade e exibia santos de tamanho natural visando, no início, impressionar os índios.
Este deslumbrante patrimônio está, agora, novamente aberto ao público e, sem dúvida, vale uma visita, que eu recomendo bastante ! Horário de visitação: de segunda à sexta-feira, das nove ao meio-dia e de uma às quatro da tarde.
Fonte: www.rjnet.com.br